O NASCIMENTO DE JESUS




Em uma pequena cidade da palestina (um país muito distante) chamada Nazaré, vivia uma jovem de nome Maria.
Certo dia, um anjo (um Espírito superior muito bom e puro), apareceu a ela para anunciar-lhe que seria a mãe de Jesus, O Cristo. E era quem todos esperavam porque iria trazer o amor e paz, felicidade entre tantas outras coisas boas.
Naturalmente, Maria ficou surpresa por ter sido escolhida por Deus, entre tantas outras jovens.
Além disso, ainda não estava casada com José, seu noivo. Mas o anjo a tranqüilizou: “Não tenha medo, Maria. O Senhor está com você!”
Lucas 1,26-37

Maria não sabia que pensar.
Na sinagoga ouvira muitas vezes os profetas anunciarem o nascimento de um Messias, mas não imaginou que seria ela a mãe.
Maria era simples e muito humilde. Sentia sua pequenez e desejava de todo o coração fazer sempre a vontade de Deus.
Então, respondeu com humildade ao anjo: “Eis aqui a serva do senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Lucas 1,38




Maria tinha uma prima chamada Isabel.
Isabel morava longe em outra cidade perto das montanhas e, apesar de idosa, também esperava seu primeiro filho.
Maria, que já esperava Jesus, partiu de Nazaré e foi visitar Isabel, que precisava de sua ajuda.
Quando as duas primas se encontraram, compreenderam tudo, entenderam que cumpriam a suprema vontade de Deus.
Alegres, deram-se as mãos e, juntas, agradeceram a Deus por serem instrumento D’Ele.
Maria permaneceu três meses na casa de Isabel até seu bebê nascer; depois voltou para sua cidade em Nazaré.





Naquele tempo, o imperador César Augusto promulgou uma Lei mandando que fosse feito um recenseamento em todo o mundo.
Recenseamento é fazer, por ordem do governo, uma lista de todos os habitantes do país, homens, mulheres, e crianças; depois de procedida à contagem, fica-se sabendo quantas pessoas há no País.
Ora, Maria e José haviam se casado havia alguns meses, então teriam que viajar para se alistarem, pois segundo o costume da época, para registrar-se cada um devia dirigir-se à região de origem, que era Belém.
José era descendente do rei Davi, que vivera cerca de mil anos antes, cuja origem era Belém; por isso teriam que se dirigirem para lá.
A cidade santa era construída sobre um monte, para se chegar até Belém era preciso percorrer um longo caminho, naqueles tempos não havia comodidades de hoje para viajar. Então a viagem foi penosa e, um pouco a pé, outros montados num burrico, venceram a distância que separava as duas cidades.
Lucas 2,1-4


E quando chegaram a Belém não havia lugar para eles na hospedaria. Por que todos que eram daquela cidade vieram também se alistar.
O único lugar vago que José encontrou foi um curral próximo a Belém; curral é um lugar onde os animais se abrigam.
Então, numa noite muito bonita, de um céu todo estrelado, perfumada pela brisa suave que vinha dos campos, Maria ganhou seu bebê, enfaixou-o e o envolveu em panos, e deitou-o numa manjedoura que lhe serviu de berço.
Lucas 2,4-7


Naquela região montanhosa havia alguns pastores que ficavam acordados à noite, vigiando seus rebanhos.
Alguns deles estavam ao pé de uma fogueira aquecendo-se, quando junto deles apareceu um anjo, e uma luz brilhante os iluminou a todos.
Os pastores levaram um susto, e ficaram com medo; mas o anjo disse-lhes: “Não tenham medo; trago para vocês uma Boa Notícia, que será uma grande alegria para vocês e todo o povo: é que hoje, nasceu o Salvador, que é Jesus.E se quiserem ir vê-lo, este é o sinal que lhes fará conhecê-lo: vocês encontrarão um recém-nascido, envolto em panos e deitado na manjedoura”.
Quando o anjo disse que Jesus é o Salvador do mundo, é por que Ele veio ensinar os homens a praticar somente boas ações, a se amarem como irmãos, e a perdoarem-se uns aos outros, porque só assim serão felizes.
A manjedoura é uma espécie de cesta em que os pastores colocam feno para alimentar os animais. Muitas vezes, os pastores também guardam a própria comida na manjedoura.
A manjedoura é um símbolo.
Ela representa que Jesus é o alimento das almas, o alimento para a humanidade faminta de amor.
E também é a primeira lição que Jesus deixou: a de humildade.
Lucas 2,8-12


E quando o anjo acabou de falar, apareceram ao seu lado muitos e muitos outros anjos, todos eles irradiando uma luz tão brilhante, que clareou aqueles campos até ao longe. E os anjos cantavam: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados”.
Os pastores diziam entre si:
“Vamos até Belém, e vejamos o que é que aconteceu, o que é que Deus nos revelou”.
Puseram-se a caminho sem hesitação e encontraram Maria e José, junto com o menino deitado na manjedoura num curral.
Contemplaram respeitosamente o menino e, logo junto com os pastores chegaram mais gente, e todos ficaram admiradíssimos do que ouviam; pois os pastores contaram aos seus pais a visão maravilhosa que tiveram. E vendo os pastores que era verdade o que o anjo lhes anunciara, voltaram para suas casas dando graças a Deus.
Maria, por sua vez, guardava tudo em seu coração, e um pouco preocupada com a visita dos pastores, pedia ao altíssimo que amparasse seu filhinho.
Lucas 2,13-20


Mas não foram apenas os pastores que vieram visitar Jesus quando ele nasceu. Ele recebeu também a visita dos magos do Oriente.
Mago quer dizer sábio, e os magos eram sacerdotes de antigas religiões daquelas terras. Estudavam todas as ciências, ocupavam-se do culto religioso, conheciam também coisas da espiritualidade. Eles sabiam que um dia viria ao mundo um Espírito muito superior, o mais superior de quantos já tinham vindo a Terra, para ensinar aos homens a viverem de acordo com as leis divinas. Esse Espírito superior exerceria entre os homens um reinado espiritual, e por isso o chamaram de rei.
E eis que uma estrela apareceu no céu. E essa estrela guiou os magos através das montanhas da Pérsia, dos desertos ardentes da Arábia, dos vales perfumados da síria, até Jerusalém, chamando a atenção de todos.
Os magos não vendo mais a estrela chegando a Belém começaram a perguntar: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem”.
O rei Herodes quando soube o que os magos procuravam, não gostou, ficou perturbado mandando buscar os magos até sua presença.
Com medo de perder o trono e curioso, mandou chamar todos os sábios da cidade, e lhes perguntou onde havia de nascer o Cristo. Os sábios leram nos antigos livros sagrados, e encontraram a indicação no livro do profeta Miquéias, que vivera a setecentos anos de Jesus, o qual profetizava que havia de nascer em Belém.
Profetas, naqueles tempos, era um homem que recebia avisos do mundo espiritual, e os transmitia aos homens.
Herodes deu a indicação aos magos e pediu-lhes que fossem a Belém, e se informassem muito bem que menino era esse, e que depois de o terem achado voltassem para dizer-lhe, porque ele também queria ir adorá-lo.
Mateus 2,1-8

Logo que os magos falaram com Herodes partiram de Jerusalém; e logo a estrela que os guiara do Oriente, reapareceu diante deles, e levou-os até onde estava o menino.
O que aconteceu da estrela não os guiar diretamente a Belém, é porque com a passagem dos magos pela capital a atenção do povo seria despertada, e veriam que se cumpriam as profecias, isto é, os avisos que há muito tempo vinham recebendo do mundo espiritual sobre a vinda do Salvador; e assim seria inaugurada no mundo uma era de paz e de amor. Mas infelizmente isso não aconteceu; os dirigentes do povo não souberam ou não quiseram tomar conhecimento do fato, de medo de perderem suas regalias.
Os magos ficaram contentíssimos quando viram de novo a estrela. E parando a estrela em cima do curral, nele entraram e acharam o menino.
Na verdade a estrela não era realmente uma estrela. Era um Espírito elevado, cuja luz espiritual se fazia visível aos magos, e assim lhes facilitava encontrar o lugar onde Jesus tinha nascido; do contrário eles nunca poderiam achá-lo.
Quando entraram no curral, viram Maria velando o menino Jesus, como o fazem todas as mães quando seus filhos são pequeninos. Os magos o adoraram, e mandaram que seus criados descessem dos camelos as malas; e tiraram delas ouro, incenso e mirra, e deram de presente ao menino.
Mateus 2,9-11




Os magos não voltaram a Jerusalém. À noite, quando os magos dormiam, tiveram um sonho: sonharam que não deviam voltar a Herodes. E de madrugada, arrumaram suas coisas no dorso dos camelos, despediram-se do casal, e voltaram para seu país por outro caminho.
Alguns dias depois que os magos partiram, dormia José recostado ao lado da manjedoura, depois de Maria ter cuidado do menino, e sonhou. Sonhou que lhe apareceu um anjo vestido de luz, que lhe disse: “Levanta-te, José, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica-te lá até que eu te avise. Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
Quando os magos estiveram com Herodes disseram a ele que tinham vindo adorar o rei dos judeus que nascera; e os profetas antigos profetizaram que ele reinaria sobre todo o povo: e como Herodes era o rei, ficou com medo de perder o lugar.
José acordou e obedeceu ao aviso celeste; apesar fosse noite alta levantou-se, contou o sonho à Maria, arrumaram suas coisas, e partiram para o Egito.
José tinha um burrico, com o qual vieram a Belém. Maria com Jesus no colo ia montada no burrico, e José ia a pé, puxando o burrico; passaram por entre as ovelhas que dormiam no curral, seguiram por uma ruazinha, e ganharam a estrada.
O Egito e a Palestina não era assim tão longe, porque eram países vizinhos. Herodes esperou alguns dias, talvez uma semana, que os magos não voltassem com a notícia. E quando percebeu que os magos não voltariam, e já deviam estar a caminho de suas terras, ficou furiosíssimo mandando os soldados a Belém, com ordem de matar todos os meninos que tivessem a idade de dois anos para baixo. Os soldados chegaram e executaram a ordem para desespero daquelas pobres mãezinhas.
As crianças que foram sacrificadas foram apenas os meninos. Herodes esperava que no meio deles estivesse Jesus, mas enganou-se; Jesus já estava longe.
Segundo os historiadores, Belém naquela época era uma aldeia que contava com dois mil habitantes, mais ou menos. Admitindo-se que nascem em cada ano trinta crianças para cada mil habitantes, e ainda levando-se em conta que são meninos e meninas, e que só os meninos foram atingidos, teremos uns vinte e cinco meninos sacrificados por Herodes.
Estes pequeninos são considerados os primeiros mártires da doutrina de Jesus.
MATEUS 2,13-18


Passaram-se alguns meses. José continuava no Egito com sua família aguardando o momento oportuno de voltar para sua terra.
No Egito viviam muitos compatriotas de José, e eles o ajudavam dando-lhe serviço, pois que José era hábil carpinteiro.
Uma noite estava ele dormindo, e sonhou que lhe apareceu o mesmo anjo vestido de luz cristalina, e de seus lábios puros saíram estas palavras: “Levanta-te, José, toma o menino e sua mãe, e vai para Israel; porque já morreram os que queriam matar o menino”.
Israel é o nome que também tinha a Palestina; ela era banhada pelo mar Mediterrâneo e seu principal rio, cheio de curvas, é o rio Jordão. A Palestina dividia-se em três partes, que eram: a Galiléia a Samaria e a Judéia. A Galiléia era a mais bonita das três; possuía muitos riachos e poços d’água; produzia azeitonas, uvas, trigo, cevada, frutas e gado. Foi na Galiléia que Jesus passou sua infância, e ali começou a trabalhar em benefício da humanidade; na Galiléia também nasceram quase todos os seus doze discípulos.
As outras duas regiões, a Samaria e a Judéia, já não são tão férteis, sendo a Judéia uma região pedregosa, e a Samaria muito montonhosa.
Pois bem; José levantou-se, e com o menino Jesus e Maria voltou para a Judéia, mas lá chegando soube que lá reinava Arquelao, filho de Herodes, e ele não era melhor do que seu pai, José receou ficar ali, e retirou-se para sua antiga casa em Nazaré, que fica na Galiléia.
MATEUS 2,19-23



Foi em Nazaré que Jesus passou sua infância. Ele era inteligente, estudioso e trabalhador. Quando completou sete anos, seus pais o colocaram na escola onde aprendeu a ler e a escrever; dedicava uma parte de seu tempo a brincar com seus amiguinhos, e outra parte a trabalhar com seu pai na carpintaria, ajudar Maria sua mãe na limpeza da casa e a estudar as lições.
LUCAS 2,39-40



Assim viviam pacificamente, porém uma vez por ano era interrompido, pois todos os que moravam no interior iam a Jerusalém para assistir à festa da páscoa, que se realizava no grande templo. Formavam caravanas, e partiam para Jerusalém; lá se demoravam durante os dois dias de festa, e depois se reuniam de novo e voltavam.
Quando Jesus tinha doze anos, aconteceu um fato interessante com ele. Como de costume, foram a Jerusalém pela festa da Páscoa, assistiram a ela e, uma vez terminada, puseram-se de volta de madrugada, José e Maria caminhavam no grupo detrás, de pessoas mais velhas, e os moços nos grupos da frente, brincando pela estrada. Por isso estavam tranqüilos, julgando que Jesus seguia adiante com os jovens.
Certas horas do dia ao acamparem para comer procuraram Jesus por entre todos, e só então perceberam que ele tinha ficado em Jerusalém. Aflitos, os pobres pais voltaram imediatamente, e durante três dias percorreram a cidade e o procuraram entre os parentes e conhecidos, sem que o achassem. Foi quando se dirigiram ao templo, e nele encontraram Jesus no meio dos doutores, conversando com eles e fazendo-lhes perguntas, e respondendo ao que lhe perguntavam.
Os doutores da lei naquela época eram homens que conheciam de cor e salteado tudo o que estava escrito nos livros dos profetas. E Jesus deu mostras de conhecer tais livros a fundo porquanto os doutores pasmavam-se de suas perguntas e de duas respostas. E seus pais admiraram-se de vê-lo ali, e sua mãe o repreendeu dizendo: “Filho, por que você fez isso conosco? Seu pai e eu passamos por um grande susto, e o procurávamos cheios de aflição”.
Ao que docemente Jesus respondeu: “Para que me procuravam mamãe? Pois não sabem que devo interessar-me pelas coisas que são do serviço de meu pai?”
Todavia seus pais não compreenderam o que ele queria dizer. Mas, o que Jesus quis dizer-lhes é que viera ao mundo para ensinar aos homens a seguirem as leis de Deus, que era Pai dele, como é Pai de todos nós. E assim desde cedo precisava preparar-se para cumprir o seu dever.
Jesus despediu-se dos doutores, e de braços dados com seus pais desceu a majestosa escadaria do templo, e foi com eles para Nazaré, onde cresceu e se tornou um homem cheio de bondade e de sabedoria.
LUCAS 2, 41-49
*Baseado na obra: O Evangelho da Meninada de Eliseu Rigonatti

1 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso o seu site. Obrigada por ideias tão inspiradoras.

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