Medos, medinhos, medões

Prece inicial

Primeiro momento: contar a história "Nossos medos"(veja abaixo). A história poderá ser contada através de um teatro ou com brinquedos, onde uma boneca representa a filha e um boneco o pai. Pode-se montar uma casinha com brinquedos. Observamos em nossas aulas que as crianças gostam muito deste tipo de recurso, pois identificam-se com os brinquedos.

Segundo momento: indagar às crianças o que entenderam da história. Explicar que todas as pessoas, inclusive os adultos, têm medo de algo; que os medos mudam com o passar do tempo, à medida que se cresce em tamanho e sabedoria; que é importante saber lidar com os medos que cada um tem; que existem medos grandes, médios e pequenos medos, dependendo da intensidade da sensação.

Terceiro momento: colocar em cima da mesa três caixas de diferentes tamanhos: uma grande, uma média e uma pequena. Distribuir pequenos pedaços de papéis para que as crianças escrevam seus medos. Primeiro escrevam aquilo que tem muito medo (medos grandes), colocando, em seguida, o papel na caixa grande. Todos devem escrever seus medos médios e pequenos medos, colocando-os nas caixas média e pequena, respectivamente.
Obs. Não é necessário contar ou mostrar aos colegas e evangelizadores o que estão escrevendo.

Quarto momento: o evangelizador retira da caixa grande os papeizinhos, conversando com as crianças sobre os medos que elas têm, tentando entender o porquê do medo e qual é a melhor atitude quando ele surgir. O mesmo será feito com os medos médios e os pequenos medos, sempre sem identificar quem escreveu ou possui aquele medo.
Alguns exemplos de medos que surgiram na aula do 1º Ciclo de Evangelização, realizada em outubro de 2004:
 Espíritos: todas as pessoas são espíritos, mas há os que estão encarnados e que nós enxergamos e os desencarnados, que estão sem o corpo físico por isso não os vemos. Se enxergarmos um espírito desencarnado, devemos fazer uma prece por aquele irmão, pedindo que ele possa ser auxiliado se estiver em dificuldade e que encontre a paz.
 Escuro: quando a luz se apaga tudo fica no mesmo lugar. Pode-se dormir com um abajur ou a luz de um corredor ligado até ter certeza de que está tudo bem. Se precisar ir ao banheiro é importante ligar a luz para não cair ou se machucar batendo nas coisas que não enxerga no escuro.
 Medo de morrer ou de que os pais morram: todos vamos desencarnar um dia, voltando ao mundo espiritual; cada um tem o seu momento, ninguém morre antes da hora certa. Importante ter fé em Deus, pois Ele sabe quanto tempo cada pessoa deve viver. A fé em Deus e na vida após a morte nos ajuda a entender e aceitar a separação (provisória) daqueles que desencarnaram antes de nós. Um dia, podemos nos reencontrar, no mundo espiritual, com nossos parentes e amigos desencarnados.
 Medo de monstros: não assistir filmes de terror, pedir aos pais que olhem embaixo da cama para ter certeza de que não há monstros.
 Medo de ficar doente, de ser atropelado: tomar os cuidados necessários com o corpo, comendo comidas saudáveis, fazendo exercícios físicos, tendo bons pensamentos, olhar bem para os dois lados da rua antes de atravessar.
 Medo de barata: chamar alguém para matar a barata.
A conversa também deve abordar a fé e a confiança em Deus, a importância da prece nos momentos de dificuldade, a presença do nosso espírito protetor (anjo da guarda) que auxilia e inspira coragem. Lembrar que todos enfrentamos perigos, tristezas e dificuldades durante a vida, mas que também fazem parte da vida a alegria e a felicidade. Importante sempre conversarmos com nossos pais ou responsáveis sobre as nossas dificuldades e nossos medos, pois eles são as pessoas mais próximas de nós e podem nos auxiliar com seus conselhos e esclarecimentos.

Quinto momento: atividade:
1) Recortar pequenos pedaços de cartolina preta (altura 10cm X 07cm largura). Poderá ser feito recortes nas extremidades para se introduzir a figura abaixo, em forma de retrato ou simplesmente colar uma das partes;
2) Xerocar em uma lâmina um desenho onde apareçam vários objetos, por exemplo, uma criança em seu quarto (estante com livros, abajur, cortina, cama, quadro, brinquedos)-altura 07cm X 05cm largura;
4) Distribuir para os evangelizandos xerox de uma lanterna para que eles pintem e recortem. A parte da lanterna onde tem o círculo deverá ser deixada em branco;
5) Quando a lanterna estiver pronta pedir que eles introduzam entre a cartolina e a lâmina de modo que eles possam identificar os objetos do desenho;

6) Neste momento o evangelizador deve lembrá-los da importância da prece nos momentos de medo e dificuldade. Que assim como a lanterna iluminou os objetos com sua luz, também a prece ilumina nossa vida, dando-nos a coragem necessária para enfrentarmos os nossos medos.
Prece de encerramento
Algumas observações que podem ajudar pais e evangelizadores:
 Sentir medo de fatos do cotidiano como morte, assalto, ir mal na escola demonstram que a criança está tomando consciência do mundo real, deixando de lado o imaginário (medo da bruxa, do lobo mau).
 O temor de determinadas situações, em crianças e adultos, é necessário para sua autoproteção, pois quem não tem medo de nada corre sérios riscos.
 Importante que a criança tenha oportunidade de identificar, falar e administrar seus medos, seja com a ajuda de pais, irmãos, tios, amigos ou professores.
 A atitude dos pais ou responsáveis pela criança demonstrando segurança e apoio à criança (sem nunca menosprezar os sentimentos da criança) auxilia na superação das dificuldades enfrentadas.
 Os pais devem dar o exemplo, demonstrando fé e confiança em Deus e em si mesmos. Também devem ter atitudes de prevenção e administração dos temores, podendo relatar à criança como lidam com seus medos, traduzindo uma relação de confiança e troca.


História:
Nossos medos
-Paiê!
Lívia chamou o pai, no meio da noite. Seu Luís, sonolento, veio ver o que aconteceu.
- Estou com medo, a garota logo explicou.
- Medo de quê? - quis saber o pai.
- Medo, ora!
- Deve haver um motivo... - o pai argumentou calmamente.
- É que... eu acho que tem um espírito embaixo da minha cama - explicou a menina.
- Filha, nós já conversamos sobre isso, lembra? Não há espíritos embaixo da sua cama.
- Mas, pai...
- Espíritos são pessoas que já morreram e vivem no Mundo Espiritual. Eles não costumam se esconder embaixo da cama de meninas. Mas, se algum dia você enxergar um espírito, faça uma prece pedindo que ele possa ser auxiliado e que encontre a paz. Fazer uma prece é como acender uma luz: ilumina o ambiente e auxilia a entender a situação.
- Mas, pai, também tenho medo que você morra...
- Filha, todos vamos morrer um dia e voltar ao Mundo dos Espíritos. Devemos confiar em Deus, pois Ele sabe quanto tempo cada pessoa deve viver. A fé em Deus e na vida após a morte nos ajudam a entender e aceitar a separação provisória que a morte ocasiona. Um dia, vamos nos reencontrar, no mundo espiritual, com nossos parentes e amigos desencarnados.
Enquanto falava, Seu Luís se abaixou para pegar um travesseiro que estava no chão. Ele não encontrou nenhum espírito embaixo da cama, mas sim, Fofão, o urso de Lívia que estava sumido há dois dias. Lívia abraçou o urso e seu pai, seus companheiros de brincadeiras.
De mãos dadas, fizeram então uma prece:
-Amigo Jesus, agradeço a vida e a família que tenho. Ajuda-me a não ter medo da morte e a aproveitar o tempo que tenho na Terra para ajudar os outros, aprender e evoluir sempre. Que eu tenha boas atitudes, para ser merecedor das energias positivas e intuições enviadas pelo meu anjo da guarda. E que ao adormecer eu possa encontrar bons espíritos que me orientem a seguir o caminho do bem. Assim seja.
Enquanto isso, na espiritualidade, os anjos da guarda de Luís e Lívia, que a tudo observavam, transmitiam energias de paz, dizendo também: Assim seja.
Claudia Schmidt

1 comentários:

Patrícia Nascimento disse...

Oi Lu, amei seu blog.
Vou dar aula para as crianças nesse sábado sobre fobias, mas vamos focar no medo. Peguei algumas idéias suas. Vou enviar (divulgar) para o nosso grupo da evangelização seu blog.
Super obrigada por ser tão criativa!!!
Bjs
Paty

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